EDUCAÇÃO EM VALORES: SENTIDOS PRODUZIDOS POR PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA, EDUCADORES SOCIAIS E JOVENS FREQUENTADORES DE UM PROJETO SOCIAL
Nome: RODRIGO MARQUES
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 16/12/2015
Orientador:
Nome | Papel |
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OTÁVIO GUIMARÃES TAVARES DA SILVA | Co-orientador |
WAGNER DOS SANTOS | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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FELIPE RODRIGUES DA COSTA | Examinador Externo |
OTÁVIO GUIMARÃES TAVARES DA SILVA | Coorientador |
WAGNER DOS SANTOS | Orientador |
Resumo: Possui como objetivo compreender os sentidos produzidos sobre a educação em valores por professores de educação física, educadores sociais e jovens, tendo como foco principal as práticas corporais desenvolvidas em um projeto social. Caracteriza-se pela abordagem plurimetodológica quantitativa/qualitativa e foi delineada em três capítulos que dialogam entre si, considerando a natureza das fontes estudadas e os pressupostos teórico-metodológicos assumidos. Do tipo estado do conhecimento (FERREIRA, 2002), o primeiro capítulo investiga as produções acadêmicas que versam sobre a educação em valores humanos e valores em educação física, sem delimitar periodização, no portal de periódico Capes. Os 22 estudos mapeados encontram-se em 20 periódicos, analisados por meio de indicadores bibliométricos (MUGNANI; JANNUZI; QUONIAM, 2004). O estudo indica o ritmo de produção, tipos de autoria (individual ou coletiva), local de circulação e grupos de pesquisa. O segundo capítulo, de natureza qualitativa, evidencia os sentidos da educação em valores para os sujeitos envolvidos na função de docência em um projeto social e as relações existentes entre esses sujeitos, tendo como foco as práticas corporais trabalhadas nas oficinas. Utiliza, como instrumentos para a coleta de dados, análise documental, anotações no diário de campo, observação não participante e uma entrevista semiestruturada com os docentes do projeto: um professor de educação física e quatro educadores sociais, que respondem pelas oficinas de Educação Física, Valores Humanos, Capoeira, Break Dance e Xadrez, além de três grupos focais, contendo sete questões orientadoras, com 28 jovens entre 12 e 15 anos. Dá visibilidade à educação em valores por meio das oficinas, expondo as divergências entre o que é proposto entre o prescrito (documentos) e o praticado pelos sujeitos. O terceiro capítulo se caracteriza por ser um estudo de caso etnográfico (SARMENTO, 2003). Analisa os sentidos que os jovens atribuem aos valores a partir das práticas ministradas nas oficinas do projeto social. Como instrumentos para coleta de dados, utiliza anotações no diário de campo, observação não participante, grupo focal com 28 jovens e entrevista semiestruturada com seis jovens participantes do projeto. Ao dar visibilidade aos sentidos que os jovens atribuem aos valores, a pesquisa apresenta possibilidades de entender como acontecem os processos de apropriação e, respectivamente, produção de sentidos sobre as práticas de educação em valores em um projeto social. A análise sobre os estudos indica que a intervenção baseada nos valores varia de acordo com a área do conhecimento abordada. Demonstrou fazer sentido para os docentes: suas práticas, a especificidade de suas oficinas, o saber cultural e histórico enraizado nas práticas corporais, o saber da experiência, o saber objeto que exige fazer com. Já os conteúdos de valores
enunciados nos documentos surgem de forma incidental não sistematizada, em momentos pontuais para amenizar conflitos e dar exemplos para os jovens, agregando conteúdo as suas oficinas. Os jovens priorizam os valores da educação, da honestidade e da família, demonstram preferência pelas atividades a serem dominadas, ou estatutos variados, a partir dos dispositivos relacionais dos quais devem-se apropriar. Atribuem diferentes sentidos às práticas corporais da educação física: quando as atividades são planejadas para evidenciar a educação em valores prescrita nos documentos, sobrepondo-se ao praticado, criam-se tensões, instalam-se as divergências, as intrigas e o desinteresse, contudo, quando sua participação nas oficinas está atrelada ao seu poder de escolha, ao se mobilizarem, estimulam-se, desempenhando seu papel com protagonismo, promovendo apropriações e constituindo-se com novas experiências.