AVALIAÇÃO FUNCIONAL DO SISTEMA β-ADRENÉRGICO EM RATOS OBESOS
Nome: BRUNO BARCELLOS JACOBSEN
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 04/09/2014
Orientador:
Nome | Papel |
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ANDRÉ SOARES LEOPOLDO | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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ANDRÉ SOARES LEOPOLDO | Orientador |
EDSON CASTARDELI | Examinador Interno |
MÁRCIA REGINA HOLANDA DA CUNHA | Examinador Externo |
MÁRIO MATEUS SUGIZAKI | Examinador Externo |
Resumo: A obesidade é uma doença crônica metabólica caracterizada pelo acúmulo excessivo de tecido adiposo que acarreta diversas anormalidades cardíacas, tais como, disfunção diastólica do ventrículo esquerdo e ocasionalmente prejuízo funcional sistólico. Diversos fatores têm sido apontados como responsáveis por possíveis anormalidades cardíacas, entre eles, o sistema β-adrenérgico, um dos principais mecanismos neuro-humorais de modulação da função cardíaca, atuando, tanto em condições fisiológicas quanto em situações patológicas. A proposta deste estudo foi investigar a participação da sensibilidade dos receptores β-adrenérgicos na disfunção miocárdica induzida pela obesidade. A hipótese é que o prejuízo funcional no miocárdio de ratos obesos seria decorrente da menor sensibilidade dos receptores β-adrenérgicos. Foram utilizados 50 ratos Wistar machos (~150g), com 30 dias, randomizados em dois grupos: controle (C; n= 25) e obeso (Ob; n= 25). O grupo C foi alimentado com dieta padrão e o Ob submetido alternadamente a quatro palatáveis dietas ricas em gordura insaturada por um período de 15 semanas. A obesidade foi determinada pelo índice de adiposidade e a estrutura cardíaca avaliada post mortem por análises macroscópicas. A função miocárdica in vitro do ventrículo esquerdo foi analisada utilizando o músculo papilar isolado e a estimulação β-adrenérgica analisada por meio de elevação do isoproterenol. A obesidade promoveu aumento no peso corporal final (C= 486g; Ob= 560g), gordura corporal total (C= 22,2g; Ob= 43,8g) e índice de adiposidade (C= 4,5%; Ob= 7,8%), bem como intolerância a glicose e dislipidemias, no entanto, não houve alteração da pressão arterial sistólica. No estudo macroscópico post mortem foi observado aumento do peso total do coração, ventrículos esquerdo e direito e átrio, bem como suas relações com o comprimento da tíbia. A obesidade promoveu disfunção miocárdica após manobra de potencial pós-pausa nos momentos 30 (C: 35,2 ± 14; Ob: 23,2 ± 13,7; p˂0,05), 60 (C: 43,3 ± 15,6; Ob: 29,5 ± 19,6; p˂0,05) e 90 segundos (C: 50,1 ± 21 e Ob: 35,5 ± 22; p˂0,05) (-dT/dt Ob < -dT/dt C) e após elevação de cálcio extracelular nas concentrações de cálcio de 2,0 (C: 44,1 ± 19; Ob= 30 ± 15; p˂0,05); 2,5 ( C: 50,1 ± 24,8; Ob: 32,4 ± 16,1; p˂0,05); e 3,0 mM (C: 48,9 ± 27,4; Ob: 29,4 ± 14,5; p˂0,05) (-dT/dt Ob < -dT/dt C). A resposta β-adrenérgica após estímulo com isoproterenol (10-7M) promoveu elevação pontual da -dT/dt (C: 28,5 ± 16,6; Ob: 43 ± 19; p˂0,05) e diminuição na TR50 (C: -16,9 ± 9,6; Ob: -23 ± 6,3 p˂0,05) nos animais Ob. Em conclusão, a obesidade induzida por dieta hiperlipídica, durante 15 semanas, acarreta disfunção miocárdica sem alteração da sensibilidade dos receptores β-adrenérgico.