INFLUÊNCIA DO TREINAMENTO FÍSICO NA REMODELAÇÃO CARDÍACA DE RATOS EXPOSTOS CRONICAMENTE À FUMAÇA DE CIGARRO
Nome: DIOGO GRATIVOL VENTURI
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 27/03/2013
Banca:
Nome | Papel |
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ANDRÉ SOARES LEOPOLDO | Examinador Interno |
DALTON VALENTIM VASSALLO | Examinador Externo |
EDSON CASTARDELI | Orientador |
Resumo: A exposição à fumaça de cigarro em animais gera remodelação cardíaca. Remodelação cardíaca pode ser definida como uma série de variações moleculares, celulares e intersticiais cardíacas, que vão se manifestar clinicamente por alterações no tamanho, na massa, na geometria e na função do coração em resposta a uma determinada agressão. A exposição crônica à fumaça de cigarro promove aumento da pressão arterial, hipertrofia dos ventrículos; redução da função cardíaca e disfunção endotelial. Já o treinamento físico promove redução da pressão arterial, hipertrofia dos ventrículos, aumento e/ou melhora da função cardíaca e melhora na função endotelial. A remodelação cardíaca promovida pela exposição à fumaça de cigarro é caracterizada por hipertrofia cardíaca acompanhada de redução da função, um mecanismo apontado como responsável é à sobrecarga pressórica. Já a remodelação promovida pelo TF aeróbico é caracterizada por uma hipertrofia cardíaca do tipo excêntrica acompanhada de aumento na função cardíaca e redução dos níveis pressóricos. Dessa forma elaboramos a hipótese de que a remodelação cardíaca pela exposição à fumaça de cigarro pode ser atenuada pelas adaptações cardíacas fisiológicas (remodelação fisiológica) promovidas pelo treinamento físico com natação em ratos. Objetivo desse estudo é analisar a influência das alterações pressóricas intraventricular esquerda na remodelação ventricular em ratos proveniente da exposição à fumaça de cigarro e do treinamento físico com a natação. Para tanto foram utilizados 45 ratos machos da linhagem Wistar, pesando inicialmente entre 250 a 300g, divididos em grupo controle (C, n=9), sem tratamento; grupo exposto (E, n=12), submetidos ao protocolo de exposição à fumaça de cigarro (EFC) a uma taxa de 40 cigarros/dia; grupo controle treinado (CT, n=12), submetidos ao protocolo de treinamento físico (TF) com natação por uma hora diária, cinco dias por semana; grupo treinado exposto (TE, n=12), submetidos ao protocolo de EFC e TF; durante o período de estudo 12 semanas. Os registros hemodinâmicos foram realizados através do cateterismo do ventrículo esquerdo. Os animais foram pesados semanalmente para acompanhamento da curva de crescimento. A análise morfométrica foi realizada através da pesagem direta dos ventrículos esquerdo e direito e pulmão. Como resultados, foi observado diferença no ganho de peso entre os animais dos grupos C e E nas semanas 4,5 e 10, foi observado também na semana 10 diferença de peso entre esses dois grupos. Na análise morfométrica O fator exposição aumentou significativamente os pesos de VE/PC (2,23 ± 0,04) e de VD+VE/PC (2,79 ± 0,05). O fator treinamento aumentou
significativamente o peso de VD/PC e Pulmão/PC (0,58 ± 0,01; 4,96 ± 0,0,12) respectivamente. Para análise hemodinâmica o fator treinamento apresentou valores significativamente menores para PS Max, Pressão Desenvolvida e PAM (135,3 ± 3,3; 131,1 ± 3,3; 117,9 ± 4,8). O grupo E apresentou maiores valores de +dp/dt (3832,8 ± 395,3), sendo diferente dos grupos C e TE (3294,8 ± 429,2; 3098,5 ± 484,2) respectivamente; de -dp/dt (-3128,7 ± 379,4), sendo diferente dos grupos C e TE (-2610,1 ± 310,0; -2477,0 ± 538,1) respectivamente. Como conclusão, os resultados demonstraram que a exposição á fumaça de cigarro promove remodelação cardíaca, com aumento dos valores morfométricos do coração. O processo de remodelação foi acompanhado de aumento da pressão intraventricular esquerda e alteração na velocidade de contração e relaxamento do VE. Já o treinamento com natação exerce proteção sobre a elevação da pressão intraventricular esquerda, velocidade de contração e relaxamento do VE. Entretanto, treinamento associado à exposição à fumaça de cigarro potencializa a hipertrofia ventricular esquerda.