INFLUÊNCIA DO TREINAMENTO FÍSICO NA DISFUNÇÃO VENTRICULAR DIREITA DE RATOS EXPOSTOS CRONICAMENTE À FUMAÇA DE CIGARRO
Nome: PAULA GRIPPA SANTANA
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 20/03/2012
Banca:
Nome | Papel |
---|---|
ANA PAULA LIMA LEOPOLDO | Examinador Interno |
EDSON CASTARDELI | Orientador |
JOSE GERALDO MILL | Examinador Externo |
Resumo: O tabagismo é responsável pelo desenvolvimento de co-morbidades com alta
contribuição para mortalidade, além de resultar em remodelação cardíaca. No
entanto, o exercício físico promove benefícios ao sistema cardiovascular como
hipertrofia cardíaca fisiológica, vascularização cardíaca e aumento dos capilares.
Dessa forma, os benefícios promovidos pelo exercício físico possuem potencial para
atenuar os efeitos deletérios do tabagismo ao coração. Este estudo teve como
objetivos analisar as relações estruturais e funcionais do coração de ratos expostos
à fumaça de cigarro, como também verificar a influência do treinamento físico na
remodelação cardíaca induzida pela exposição à fumaça de cigarro em ratos. Para
tanto, foram utilizados ratos Wistar machos, alocados em quatro grupos: controle (C,
n=10), fumante (F, n=10), controle treinado (CT, n=10) e grupo fumante treinado (FT,
n=10), por período de três meses. Todos os animais foram pesados semanalmente e
a ração aferida diariamente, as medidas hemodinâmicas foram realizadas através do
cateterismo ventricular direito, em seguida foi realizada análise da sobrecarga
volumétrica por meio de infusão. Como resultados, foi encontrado aumento para o
peso corporal final do grupo C em relação aos grupos F, CT e FT (p<0,05). Houve
aumento estatístico entre os grupos F e FT comparado com os grupos C e CT,
respectivamente, para as variáveis, pressão sistólica máxima do ventrículo direito
(PSmáxVD), pressão diastólica inicial do ventrículo direito (PDIVD), pressão
diastólica final do ventrículo direito (PDFVD). Ao observar o grupo FT em relação ao
grupo CT houve redução significativa para a derivada de pressão máxima sobre o
tempo (+dP/dt) e derivada de pressão mínima sobre o tempo (-dP/dt) e duração
sistólica (DS). A frequência cardíaca (FC) do grupo F aumentou estatisticamente
quando comparado com o grupo C e FT e quando ao observar os valores da FC
entre o grupo FT com o grupo CT aumento estatisticamente. Os valores
apresentados no teste de sobrecarga volumétrica, imediatamente após infusão,
apresentou aumento com diferença estatística entre o grupo FT com o grupo CT
(p<0,05) para a PSmáxVD, PDIVD, PDFVD, duração diastólica (DD) e FC, foi
encontrado valores estatísticos elevados entre os grupos F com o grupo C para as
variáveis PDF e FC, porém o grupo F comparado com o grupo FT aumentou
estatisticamente a FC. Ao analisar a +dP/dt e -dP/dt houve redução entre o grupo
FT com o grupo CT e F (p<0,05). Dez minutos após infusão houve nova análise com
aumento estatístico da PSmáxVD e PDFVD entre o grupo FT e F com o grupo CT e
C (respectivamente com p<0,05). O grupo FT apresentou redução da +dP/dt e -dP/dt
quando comparado com o grupo F e C. A FC reduziu estatisticamente em relação ao
grupo FT com o grupo F.Foram observados valores aumentados do peso úmido do
ventrículo direito (VD), ventrículo esquerdo (VE) e pulmão, todos foram corrigidos
pelo peso corporal apresentando diferença estatística entre os grupos CT com o
grupo C. O grupo FT apresentou valores estatísticos significantes do VD comparado
com F, no entanto o VE do grupo F apresentou aumentou estatisticamente no grupo
C. O grupo CT apresentou aumento no pulmão quando comparado com FT (p<0,05).
Foi observado aumento de retenção hídrica com diferença estatística do VD, VE e
pulmão quando comparados o grupo F com os grupos FT e C (p<0,05). Como
conclusão a exposição crônica à fumaça de cigarro provocou disfunção ventricular
direita, alteração das variáveis hemodinâmicas e remodelação cardíaca. A
intensidade e a carga de treinamento físico estipulada no protocolo de natação não
promoveram benefícios para atenuar os efeitos agressivos da exposição crônica à
fumaça de cigarro para os parâmetros funcionais. Houve influência benéfica do
treinamento para os parâmetros morfométricos do coração e pulmão e FC.