Corpos negros no palco: aproximações, pertencimentos e enfrentamentos de bailarinos/as negros/as periféricos/as no balé clássico e na dança jazz
Nome: RUAN CARLOS SODRÉ MATOS LOUREIRO
Data de publicação: 21/08/2025
Banca:
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Papel |
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ANDRESA DE SOUZA UGAYA | Examinador Externo |
ANTONIO CARLOS MORAES | Examinador Externo |
MAURICIO DOS SANTOS DE OLIVEIRA | Presidente |
Resumo: Esta pesquisa investigou como bailarinos e bailarinas negros e negras das periferias estabeleceram e ressignificaram suas trajetórias no balé clássico e na dança jazz. Considerou-se, por meio de uma pesquisa qualitativa descritiva, os contextos sociais e familiares desses jovens, suas formas de acesso e os desafios que enfrentam em espaços marcados por desigualdades e atravessados por questões raciais que influenciam a presença e a visibilidade de corpos negros. Os dados foram coletados por meio de entrevista semiestruturadas e analisados segundo as prerrogativas da Análise de Conteúdo de Bardin. Os relatos mostram que, para muitos, o contato inicial com a dança ocorreu por meio de projetos sociais e iniciativas comunitárias, que funcionaram como portas de entrada e espaços de pertencimento. Ao mesmo tempo, esses bailarinos enfrentam barreiras simbólicas e práticas nos ambientes formais, onde padrões eurocêntricos e o racismo estrutural dificultam sua permanência e reconhecimento. A pesquisa também evidenciou que, ao resgatar sua história, ancestralidade e identidade, esses bailarinos conseguem transformar sua relação com a dança, ocupando a cena de maneira mais autêntica e empoderada. A visibilidade de corpos negros em destaque inspira novos caminhos e fortalece o sentido de pertencimento coletivo. Por fim, o estudo aponta a importância de repensar as práticas pedagógicas e políticas culturais, para que valorizem a diversidade estética e cultural desses corpos, garantindo não só o acesso, mas também o reconhecimento e o respeito à singularidade de cada trajetória. Assim, a dança torna-se um espaço de resistência, afirmação e reconstrução identitária, onde esses bailarinos afirmam sua existência e reivindicam seu lugar, abrindo novas possibilidades para o futuro.
Palavras-chave: Racismo estrutural; dança; corpo negro; balé clássico; dança jazz.