Educação Física e docência masculina na Educação Infantil: imbricações com as temáticas de gênero e sexualidade
Nome: JOAO PEDRO ZOTH BATISTA
Data de publicação: 31/03/2025
Banca:
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Papel |
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ALESSANDRA GALVE GEREZ | Examinador Externo |
ILEANA WENETZ | Presidente |
PRISCILA GOMES DORNELLES AVELINO | Examinador Externo |
Resumo: O presente trabalho refletiu sobre o exercício docente masculino na educação infantil, considerando a escuta de homens cis, que exerciam o cargo de professores de educação física no Município de Serra/ES. Os estudos de gênero e sexualidade subsidiaram o debate da temática. A metodologia do trabalho foi qualitativa, no qual realizei a revisão de literatura, o levantamento estatístico, a observação participante com um professor e 5 entrevistas semiestruturadas aos professores. Na educação infantil, o ato de “cuidar” está imbricado com o de “educar”, e vice-versa; desse modo podemos observar um predomínio de profissionais do gênero feminino atuando nesta etapa de ensino e aprendizagem. A feminização do magistério ocorre face às considerações culturais e hegemônicas de que as mulheres têm “aptidão” ou “dom natural” de cuidar/educar, ligadas à noção de maternagem. Foi observado nas expressões dos professores que a escolha para o trabalho na educação infantil ocorreu considerando a identificação com a etapa de ensino, a opção encontrada para trabalho e o desejo de mudança do ciclo da educação básica. Na formação inicial e continuada dos professores, as indicações deram conta que as temáticas de gênero e sexualidade foram abordadas de forma insuficiente. Observou-se nas expressões dos entrevistados que havia estranhamentos por parte das famílias em relação a eles, com questionamentos na porta de sala. Com o tempo e o desenvolvimento do trabalho, foi observada maior segurança das famílias com os profissionais. Os homens professores indicaram que não participam das atividades de higienização das crianças, considerando o processo de suspeição do outro. Assim como adotaram medidas para evitar o contato com as crianças, caracterizando-se como um processo de autovigilância. Notou-se que, nas proposições pedagógicas desenvolvidas pelos professores, houve cenas e situações que envolviam gênero e sexualidade. Revelou-se que os professores se sentem inseguros em trabalhar com as temáticas, considerando a formação, assim como sobre o processo de vigilância sobre o trabalho pedagógico. Para a análise da expressão dos professores, utilizei a análise do discurso, compreendendo aqui a leitura a partir das obras de Michel Foucault.
Palavras-Chave: Educação Infantil; Gênero; Homens Professores; Escola.