Associação entre o desempenho do controle postural e ajustes locomotores nas tarefas de subir e descer escada em idosos

Nome: GABRIELA VIGORITO MAGALHAES

Data de publicação: 19/07/2024

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ELIANE CELINA GUADAGNIN Examinador Externo
LUCAS SIMIELI Examinador Externo
NATALIA MADALENA RINALDI Presidente

Resumo: Subir e descer escadas são tarefas motoras relevantes e que desafiam o sistema locomotor dos idosos. Associado, o déficit do controle postural advindo do envelhecimento pode influenciar o desempenho dos idosos quando submetidos a tarefas complexas. Entretanto, ainda não está totalmente elucidado a relação entre o desempenho do controle postural e o padrão locomotor de idosos durante a negociação de escada. O objetivo deste estudo é investigar a relação entre o desempenho do controle postural e o padrão locomotor durante a subida e a descida de escada em idosos e adultos jovens. 15 adultos jovens (29,86±6,57 anos) e 16 idosos (65,25±3,94 anos) capazes de realizarem as tarefas experimentais participaram deste estudo. Para avaliação do controle postural, os participantes realizaram três condições, sendo: 1) base bipodal; 2) base semi tandem e 3) base unipodal. Para avaliação da tarefa locomotora, os participantes foram convidados a caminhar e subir a escada à um metro de distância em velocidade autosselecionada. Após descansarem um minuto, foram solicitados a descer em velocidade autosselecionada e caminhar até o final da passarela. Para avaliação do controle postural foi utilizada uma plataforma de força (Biomec 400, EMGSystem do Brasil, SP, LTDA) com frequência de aquisição de 100 Hz. Para análise cinemática da atividade da escada, foram utilizadas duas câmeras digitais (marca GoPro, Hero 7 Black) com registros à 60 Hz. As variáveis analisadas relacionadas ao controle postural foram: velocidade total, amplitude média de oscilação para as direções anteroposterior e mediolateral e variáveis de frequência de oscilação com bandas de 50% e 80% da potência espectral para as duas direções. As variáveis cinemáticas da marcha foram: velocidade, comprimento, largura e duração do passo antes e o passo do primeiro degrau para subida e passo realizado no último degrau da escada e um passo após para a descida. As variáveis relacionadas à escada foram: distância vertical e horizontal pé-obstáculo e foram analisadas para todos os degraus da escada durante a subida e descida. Testes de multivariância foram realizados para analisar o desempenho locomotor durante a negociação da escada e o controle postural entre idosos e adultos jovens. Para investigar a relação do medo de cair e o desempenho locomotor em escadas foi realizado teste de correlação de Pearson e para verificar a relação entre o desempenho do controle postural e os padrão locomotor na escada foi realizado o teste de correlação de Pearson e, para os valores significativos relacionados à distância vertical-pé degrau, foram realizadas análises de regressão linear para investigar a associação do desempenho do controle postural e ajustes locomotores na negociação de escadas. Os idosos apresentaram nível moderado de atividade física e foram semelhantes aos adultos jovens, assim como semelhantes em relação à potência muscular e risco de quedas. Idosos apresentaram maior oscilação do centro de pressão para as variáveis temporais e foi relacionada ao nível de complexidade da tarefa. Entretanto, não houve diferença para o desempenho das variáveis de frequência, mas foi relacionada ao nível de complexidade. Idosos, comparados aos adultos jovens, não apresentaram estratégias locomotoras diferentes durante a negociação da escada. Para ambos os grupos, os passos de aproximação (N-1) e ultrapassagem do primeiro degrau (N) apresentaram melhor comportamento locomotor com maior velocidade e comprimento e menor duração, quando comparados ao demais passos realizados durante a subida da escada. Quanto a descida, o desempenho locomotor foi melhor a medida que realizava a tarefa, apresentando maior velocidade e comprimento e menor duração dos passos a medida que os participantes desceram. Foi encontrada correlações negativas entre o medo de cair e o comportamento das variáveis espaço-temporais da marcha, exceto a duração dos passos, e variáveis relacionadas à escada, o que indica que quanto maior o medo de cair, menor o desempenho locomotor durante a negociação de escadas. Foi encontrado, por fim, neste estudo que a tarefa de subir escadas impõe maior demanda ao padrão locomotor de ambos os grupos, o que favorece maior risco de quedas nesta atividade. Assim, idosos com nível moderado de atividade física apresentam comportamento postural e locomotor semelhante aos jovens. Estes resultados encontrados especificam os mecanismos e momentos de risco relacionados à escada, bem como importância do nível de atividade física e a relação medo de cair e, principalmente, do controle postural nos parâmetros e ajustes locomotores da subida e descida da escada. Com isso, é possível identificar fatores de risco durante a negociação de escadas, principalmente na população idosa, bem como traçar condutas de treinamento e prevenção de quedas. Ainda, estes resultados fornecem informações para reabilitação de idosos com histórico de quedas em escadas e de idosos que se encontram em risco.

Palavras-chave: controle postural; negociação de escada; envelhecimento

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