Práticas corporais em comunidades remanescentes quilombolas: análises sobre o Ticumbi e Reis de Boi

Nome: MILAINY LUDMILA SANTOS GOULART
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 09/09/2022
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
OTÁVIO GUIMARÃES TAVARES DA SILVA Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ANTONIO CARLOS MORAES Examinador Externo
CARLOS NAZARENO FERREIRA BORGES Examinador Externo
JOSÉ LUIZ DOS ANJOS Examinador Externo
LUÍS VITOR CASTRO JUNIOR Examinador Externo
MARIANA ZUANETI MARTINS Examinador Interno

Páginas

Resumo: Esse trabalho buscou discutir as contribuições teóricas sobre comunidades tradicionais a partir do referencial de Diegues e Arruda (2001) e Derani (2002). Expandindo o debate, buscou-se ampliação sobre o patrimônio cultural imaterial de comunidades quilombolas, tendo como objeto central as práticas corporais (MELO, 2014; SILVA, LAZZAROTTI FILHO, ANTUNES, 2010; SILVA, DAMIANI, 2005), aqui também interpretadas como técnicas corporais (MAUSS, 2003). Para isso, a pesquisa de campo foi desenvolvida em comunidades quilombolas, localizadas no estado do Espírito Santo, na região de Sapê do Norte. Para identificar e selecionar as comunidades investigadas frequentou-se e observou-se a tradicional “Festa de São Benedito e São Sebastião”, que acontece na Vila de Itaúnas, município de Conceição da Barra. Assim, elencou-se a Comunidade Quilombola Angelim 1 e a Comunidade Quilombola de Linharinho como locais de investigação das práticas corporais Ticumbi e Reis de Bois. Ressalta-se a Vila de Itaúnas no tempo e espaço da festa, como território de ocupação interacional (LEITE, 1991) que permite com que os quilombolas se relacionem com diversas pessoas e ainda compartilhem entre si as suas práticas corporais, reafirmando o pertencimento as suas comunidades, ao mesmo tempo em que extrapolam os limites territoriais. Ocorre nessas ocasiões festivas a manifestação de traços da herança cultural de grupos de comunidades quilombolas por meio da experiência compartilhada do universo simbólico que envolvem as manifestações populares Ticumbi e o Reis de Boi. Tais práticas corporais se constituem como memórias sociais (BALANDIER, 1996) desses povos. Ao mesmo tempo em que estabelecem relações com o passado, se fazem e refazem no tempo presente vinculando-se aos aspectos religiosos, econômicos, políticos, educacionais e de lazer dos remanescentes quilombolas. Assim, compreende-se nos passos de Balandier (1997), os movimentos das tradições, percebendo a continuação por variância e não pela reprodução estrita do patrimônio cultural imaterial. Entende-se as práticas corporais como elementos fundamentais na constituição das comunidades quilombolas. O Ticumbi e o Rei de Bois são parte do patrimônio cultural imaterial produzido por essas comunidades e, portanto, elementos de resistência, reafirmação e construção identitária que permanecem em meio aos movimentos das comunidades quilombolas e das próprias práticas corporais.

Palavras-chaves: Comunidade quilombola. Práticas corporais. Ticumbi. Reis de Boi.

Acesso ao documento

Transparência Pública
Acesso à informação

© 2013 Universidade Federal do Espírito Santo. Todos os direitos reservados.
Av. Fernando Ferrari, 514 - Goiabeiras, Vitória - ES | CEP 29075-910