O governo de si e dos outros em dispositivos de saúde móvel: reflexões sobre o Movimento 21 Dias Por Uma Vida Mais Saudável
Nome: LEONARDO TRÁPAGA ABIB
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 16/08/2019
Orientador:
Nome | Papel |
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IVAN MARCELO GOMES | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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ALEXANDRE FERNANDEZ VAZ | Examinador Externo |
EDUARDO LAUTARO GALAK | Coorientador |
FELIPE QUINTÃO DE ALMEIDA | Examinador Interno |
IVAN MARCELO GOMES | Orientador |
JOSÉ GERALDO SOARES DAMICO | Examinador Externo |
Páginas
Resumo: O objetivo central desta tese é analisar como o Movimento 21 dias por uma vida mais saudável (M21), enquanto dispositivo de saúde móvel e política pública, desenvolve-se e atua para a constituição do indivíduo saudável no contemporâneo. Para realizar tal tarefa foram realizadas nove entrevistas semi-estruturadas com os sujeitos que estiveram envolvidos na construção e execução do programa. Além das entrevistas foram produzidos registros de navegação baseados no acompanhamento e leitura dos conteúdos presentes no site e no aplicativo do M21. Por fim, foram mapeadas e analisadas as postagens referentes ao programa nas redes sociais, como forma de compreender e interpretar os usos e apropriações das recomendações e dos conselhos do M21 pelos seus usuários. Os dados produzidos foram analisados à luz de ferramentas conceituais da teoria foucaultiana, como biopoder, poder pastoral e governamentalidade, em diálogo com autores dos campos da educação física, saúde coletiva e ciências humanas. Como desdobramentos da investigação chegou-se a construção de três grandes eixos de análise, sendo i) O M21 dentro da Secretaria de Estado da Saúde do Espírito Santo (SESA): construção, referências e tensões; ii) O M21 e suas estratégias de comunicação, e; iii) Os sujeitos do M21. Enquanto política produzida pela SESA, foram identificadas uma série de tensões e disputas em torno do programa devido às distintas concepções sobre a intervenção pública na área de prevenção e promoção da saúde, demonstrando o quão polissêmico é o debate a respeito dessa temática. Já em suas plataformas digitais, o M21 valeu-se de conteúdos pautados pelas noções comportamentalistas e medicalizantes, mobilizando estratégias disciplinares, biopedagógicas e pastorais para atuar sobre os indivíduos. Quanto aos usos e apropriações dos conteúdos do M21 foi possível identificar uma aceitação parcial dos mesmos pelos sujeitos. O cunho das postagens analisadas nos permite também relativizar o impacto direto do M21 sobre os sujeitos, devido à variedade de temas, conselheiros, motivações e percepções assinaladas por esses.
Palavras-chave: Promoção da Saúde; Dispositivos de Saúde Móvel; Governamentalidade; Medicalização