Caracterização metabólica e avaliação do desempenho físico de ratos resistentes e propensos à obesidade
Nome: DANIEL SESANA DA SILVA
Data de publicação: 04/04/2024
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| ANDRE SOARES LEOPOLDO | Orientador |
Resumo: Introdução: A obesidade é uma condição metabólica crônica associada a aumento na morbidade e mortalidade. Embora regulada fisiologicamente, a obesidade é influenciada por fatores genéticos, cerebrais, metabólicos, microbioma e comportamentais. Modelos animais, como ratos obesos induzidos por dieta hiperlipídica (DH), têm sido usados para entender sua fisiopatologia. Esses modelos revelam diferenças entre os fenótipos propensos à obesidade (POb) e resistentes à obesidade (ROb), destacando-se a maior inflamação e risco de comorbidades nos POb. Contudo, os ROb apresentam menor ganho de massa corporal e maiores níveis de atividade física, sugerindo metabolismo energético mais eficiente. Importante salientar que há necessidade de mais estudos com resultados consistentes para compreender a relação entre os fenótipos, metabolismo energético, atividade física e desempenho físico. Objetivo: Caracterizar as adaptações metabólicas e o desempenho físico de ratos propensos e resistentes à obesidade. Métodos: Ratos Wistar (30 dias) foram submetidos aos protocolos de exposição à obesidade de 23 semanas. Os ratos foram randomizados incialmente em dois grupos: a) DP: alimentados com dieta padrão (n = 39) e b) DH: alimentados com dieta hiperlipídica (n = 39). Posteriormente os animais foram classificados por tercil e caracterizados em POb e ROb em suas respectivas dietas. DP-ROb (n=13); DP-POb (n=13); DH-POb (n=13); DH-ROb (n=13). Parâmetros ponderais, nutricionais, metabólicos e adiposidade foram analisados. A avaliação do metabolismo basal foi realizada por meio das técnicas de calorimetria indireta. As dosagens dos hormônios insulina, glucagon e leptina foram realizadas por ELISA. O desempenho físico e a capacidade aeróbia dos animais foram determinadas por meio de testes de esforço em esteira rolantes com analisadores de gases para mensuração do consumo máximo de oxigênio (VO2) máximo e quociente respiratório (QR). Resultados: Os resultados mostraram que ratos alimentados com DH apresentaram aumento significativo na massa corporal em comparação com aqueles alimentados com dieta padrão, com aumento significativo da ingestão alimentar e consumo calórico após o término de exposição às dietas experimentais. longo do estudo. Após a redistribuição dos grupos, esses padrões permaneceram distintos, com o grupo DP-POb mostrando ingestão alimentar e consumo calórico maiores do que o grupo DH-POb (ingestão alimentar: +67,6%; consumo calórico: +33,1%). Além disso, diferenças significativas foram encontradas nos perfis glicêmico, insulinêmico e lipídico entre os grupos, com destaque para níveis elevados de insulina sérica em jejum no grupo DP-POb em comparação com os grupos DP-ROb (+141%) e DH-POb (+151,3%). No que diz respeito ao desempenho físico, variações significativas no consumo máximo de oxigênio foram observadas entre os grupos. Os resultados mostram que o DP-ROb apresentou elevação do VO2máx em comparação com os grupos DP-POb (+51,8%) e DH-ROb (+10,30%). No entanto, não foram detectadas diferenças significativas na velocidade e distância percorrida entre os grupos A área seccional transversa dos músculos gastrocnêmio e sóleo Y foram similares entre os grupos. Conclusão: As condições ROb e POb, independentemente da dieta experimental, não apresentam diferenças relacionadas ao metabolismo energético. Os animais ROb submetidos DP apresentam melhora pontual do VO2máx quando comparados aos POb. O tempo de exposição DH promove redução de VO2máx na condição de ROb. Contudo, observa-se claramente que o substrato energético preferencialmente utilizado na DH é a gordura, enquanto na DP os carboidratos. Outro achado importante está relacionado à ausência de alterações histomorfológicas no tecido muscular nessas condições.
Palavras chaves: Resistentes à obesidade; Propensos à Obesidade; Avalição metabólica; Desempenho Físico; Ratos.
