Análise de dados posicionais no futebol profissional: influência das variáveis contextuais no desempenho físico e na dinâmica de ocupação de espaços

Nome: MAXWELL VIANA MORAES NETO

Data de publicação: 14/12/2023

Banca:

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RODRIGO LEAL DE QUEIROZ THOMAZ DE AQUINO Orientador

Resumo: O objetivo da presente dissertação foi analisar os efeitos das variáveis contextuais na dinâmica de ocupação dos espaços e no desempenho físico de jogadores profissionais do futebol brasileiro a partir dos dados posicionais. Além disso, objetivou-se investigar os efeitos independentes e interativos de variáveis contextuais (tempos de jogo, qualidade do adversário, local do jogo, status do jogo) na organização espacial do time durante partidas oficiais no futebol profissional. Quarenta e oito jogadores de campo masculinos foram observados durante 22 partidas durante toda a temporada. Os dados posicionais foram obtidos usando dispositivos do sistema de posicionamento global (10 Hz). Foram calculadas as seguintes variáveis: superfície da equipe; distâncias entre os centroides das linhas de meio-campo defensivo, meio-campo-ofensivo e defensivo-ofensivo; largura; comprimento; e relação comprimento por largura. Os principais resultados foram: i) variáveis relacionadas à organização espacial da equipe não foram influenciadas pelos tempos de jogo (1º x 2º tempo) (p>0,05); ii) partidas disputadas contra adversários fracos apresentaram maiores distâncias entre os centroides das linhas defensivas e ofensivas (p=0,03) e distâncias entre os centros das linhas defensivas e do meio-campo (p=0,03) do que as partidas contra adversários fortes; iii) os jogos fora de casa apresentaram maiores valores de distância entre centroides das linhas defensiva e do meio-campo (p=0,01), distância entre centroides das linhas defensiva e ofensiva (p=0,01), comprimento da equipe (p=0,02) e comprimento relação por largura (p<0,001) em relação aos jogos em casa; iv) em geral, quando o time de referência estava perdendo as partidas, foram observados maiores valores de organização espacial do time em comparação com quando o time estava ganhando as partidas (p<0,05). No que se refere ao desempenho físico objetivou-se: i) descrever a carga externa semanal de acordo com a dificuldade contextual do jogo (com base no local do jogo e na qualidade do adversário) e na posição de jogo ao longo da competição; ii) comparar a carga externa entre baixa e alta dificuldade contextual de jogo em jogadores profissionais de futebol. Dezoito jogadores profissionais foram monitorados usando unidades de sistemas de posição global e acelerômetros durante 13 semanas durante a competição por meio de observações individuais. Jogadores que jogaram 60 minutos durante semanas não congestionadas foram considerados para análise dos dados. As variáveis analisadas foram distância total, distância total percorrida em corrida de alta velocidade (19,8-25,1 km·h-1), distância total percorrida em corrida de velocidade ( 25,2 km·h-1), distância total percorrida em alta aceleração (> 2 m·s2), distância total percorrida em alta desaceleração (< -2 m·s2) e player load. As dificuldades contextuais da partida foram classificadas com base nas pontuações atribuídas ao local da partida e à qualidade do adversário, incluindo dois contextos: “alto” (ou seja, pontuação total > 10) ou “baixo” (ou seja, pontuação total 10). Os resultados revelaram que os maiores valores de carga externa foram verificados na semana intermediária (e.g., MD-3) e os menores valores na semana final (e.g., MD-1). Os laterais e os meio-campistas externos/centrais apresentaram maiores demandas físicas semanais durante a competição. Em contraste, os zagueiros e os atacantes apresentaram os menores rendimentos de corrida. Os modelos lineares mistos revelaram valores significativamente maiores para a carga externa (p < 0,001 – 0,030) em baixa dificuldade contextual de jogo do que alta dificuldade contextual de jogo na carga semanal total, MD-4, MD-3 e MD-2. Maiores medidas de volume baseadas na distância e trabalho mecânico foram encontradas durante a alta dificuldade contextual da partida no MD-3 e MD-1 em comparação com a baixa dificuldade contextual da partida (p < 0,001 – 0,020). Concluiu-se então que em termos organizacionais jogar contra adversários fracos, jogar fora de casa e perder a partida foram os fatores contextuais que aumentaram os valores de organização espacial da equipe e em termos físicos que a carga externa semanal variou consideravelmente de acordo com a dificuldade contextual da partida. Portanto estes resultados fornecem insights para treinadores e cientistas esportivos sobre os efeitos das variáveis contextuais na dinâmica de ocupação dos espaços e na programação de cargas externas semanais.

Palavras-chave: exigências do jogo; variáveis contextuais; dados posicionais; tática; ciência do esporte; monitoramento de carga.

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