Marcadores inflamatórios influenciam o padrão locomotor durante a ultrapassagem de obstáculos em idosos com e sem histórico de quedas

Nome: JULIANA AMARAL DA SILVA
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 26/01/2023
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
NATALIA MADALENA RINALDI Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ESTELE CAROLINE WELTER MEEREIS LEMOS Examinador Externo
LUCAS SIMIELI Examinador Externo
NATALIA MADALENA RINALDI Orientador

Resumo: As alterações do ponto de vista morfológico, funcionais e bioquímicos no processo de envelhecimento, comprometem o idoso na execução da marcha, sobretudo na ultrapassagem de obstáculos. A análise de fatores frente aos obstáculos, ajudam a identificar estratégias locomotoras associadas ao risco de quedas (mudança abrupta de nível com probabilidade alta de comorbidades). Além do declínio estrutural, o idoso sofre um processo metabólico e enzimático, chamado Inflammaging (inflamação sistêmica crônica e de baixo grau) que pode favorecer manifestação de agravos, como síndrome da fragilidade. Ainda não está bem elucidado na literatura científica se os biomarcadores inflamatórios influenciam nos parâmetros espaço-temporais da marcha em idosos com e sem histórico de quedas e se essas alterações dependem do grau de dificuldade da tarefa. O objetivo desse estudo foi investigar a influência dos biomarcadores inflamatórios no comportamento locomotor de idosos com e sem histórico de quedas na tarefa de marcha livre e durante a ultrapassagem de obstáculos e, se essa relação depende da dificuldade da tarefa. 22 idosos participaram deste estudo e foram distribuídos em dois grupos: idoso caidor (n=11) e idoso não caidor (n=11), avaliados em dois momentos: 1) Anamnese Clínica e Análise de Marcha e 2) Coleta e Análise Sanguínea. No primeiro momento, os participantes foram convidados a responder uma anamnese clínica (estado geral de saúde e coleta de medidas antropométricas) e submetidos a testes clínicos para avaliação de equilíbrio estático e dinâmico, nível cognitivo, questionário de quedas e medo de cair e sobre atividade física. Logo após, foram convidados a caminhar sobre uma passarela com 9 m de comprimento, sob duas condições: marcha livre e ultrapassagem de obstáculo. O nível de dificuldade da ultrapassagem foi determinado pela característica do obstáculo: sólido (bloco único de espuma) ou frágil (peças menores de espuma empilhadas, na mesma dimensão e forma do obstáculo sólido), ambos com 15 cm de altura. Duas câmeras foram posicionadas para visualizar todos os marcadores (pé direito: quinto metatarso e face lateral do calcâneo | pé esquerdo: primeiro metatarso e face medial do calcâneo). Na tarefa de marcha livre os parâmetros espaço-temporais (comprimento, largura, duração e velocidade) foram avaliados. Na tarefa de ultrapassagem de obstáculos, foram avaliados os parâmetros locomotores: comprimento, largura, duração e velocidade do passo e da passada antes da ultrapassagem, distância horizontal pé obstáculo (DHPO), Distância Vertical Pé obstáculo (DVPO), Máxima elevação do pé (ME) e Distância Horizontal Obstáculo-Pé (DHOP) na ultrapassagem do obstáculo. No segundo momento, realizou-se a coleta sanguínea (10 mL, pela manhã e em jejum), para análise dos biomarcadores inflamatórios (Interleucina 6 e Proteina C Reativa) através do Método Imunoenzimático ELISA. Testes t foram realizados para verificar possíveis diferenças entre os grupos para avaliação clínica, antropométrica e níveis de IL-6 e PCR. Considerando a queda como variável confundidora no desempenho do comportamento motor, realizaram-se 02 modelos para as análises de regressão, sendo: I) modelo sem ajuste; II) modelo ajustado pelo número de quedas. Análises de multivariância foram realizadas para verificar possíveis diferenças entre grupos e condições nas tarefas de desempenho locomotor. O nível de significância para todas as análises foi mantido em p≤0,05. A análise de regressão mostrou significância apenas para a condição de ultrapassagem de obstáculos. A Proteína C Reativa tem influência na variável DHPO para membro de abordagem, apenas para a condição de obstáculo frágil. A variável Interleucina 6, na análise de regressão apresentou influência nas variáveis: DHPO para membro de abordagem quando obstáculo sólido, largura da passada do membro de suporte para condição obstáculo sólido, ME no membro de suporte para condição de obstáculo sólido e frágil e ME na condição de obstáculo frágil para membro de abordagem. O processo de inflamação em idosos está relacionado com tarefas mais desafiadoras, que indica um padrão conservador em função da maior proximidade do obstáculo para o membro de abordagem e maior largura e elevação do membro de suporte na tentativa de otimizar a tarefa. A associação diagnóstica de testes clínicos e exames laboratoriais para traçar perfil inflamatório dos idosos pode ser uma boa estratégia preventiva e de acompanhamento dos declínios estruturais, funcionais e metabólicos inerentes ao envelhecimento.

Palavras-chaves: Envelhecimento; Queda; Idosos; Marcha com obstáculos; Biomarcadores inflamatórios.

Acesso ao documento

Acesso à informação
Transparência Pública

© 2013 Universidade Federal do Espírito Santo. Todos os direitos reservados.
Av. Fernando Ferrari, 514 - Goiabeiras, Vitória - ES | CEP 29075-910